quarta-feira, 26 de novembro de 2014
segunda-feira, 3 de novembro de 2014
quinta-feira, 30 de outubro de 2014
sexta-feira, 3 de outubro de 2014
Diretoria na Rede
Um texto do nosso Coordenador Ary Farias foi publicado no Boletim do mês de outubro/2014 da Escola Brasileira de Psicanálise, no site A Diretoria na Rede. Abaixo temos o texto na íntegra:
DERME, DISCURSO E GOZO
— CONTENDAS RACIAIS —
Ary Farias - Analista Praticante, Delegação MS/MT, Escola Brasileira de Psicanálise
Pele e Segregação
Mãos ao alto, não atire.
Esta foi a última legenda da mais recente explosão de racismo nos Estados
Unidos. Ocorreu a partir do assassinato de Michael Brow, estudante negro de 18
anos, que foi assassinado por um policial (branco) em Ferguson, uma pequena
cidade no Estado de Missouri, com 21 mil habitantes. A cidade concentra uma
população negra quatro vezes maior que a média americana. Os protestos
geraram confronto com a polícia, saques e destruição de lojas.
Racismo contra uma minoria? Nesse caso, os números não esclarecem os fatos.
Pelo referencial sociológico, "minoria" não necessariamente
representa a discrepância quantitativa entre os grupos sociais. Aponta, antes,
para os grupos que estão numa posição subordinada na estrutura do poder.
Segregação social? Como pensar que uma cidade eminentemente negra possa ter sua
população dominante em situação segregativa?
Ferguson é apenas um ponto no atlas americano, um país onde os negros
representam apenas 13% da população. Nessa disposição racial, a minoria negra
não conseguiu uma representatividade social suficiente para romper as barreiras
quase sempre invisíveis, impostos pelos modelos conceituais e comportamentais
segregatórios da sociedade como um todo. Consequentemente, resta aos negros
apenas uma expressão social secundária, uma voz de fundo mais afeita a
obediência e relegada à marginalidade.
Esse é o mecanismo pérfido e elementar do processo segregativo, ou seja,
apartar, dissociar determinado grupo, instaurando distâncias sociais e
barreiras comunicativas que insuflam o sentimento de estranheza e rivalidade
entre os grupos que compõe uma realidade social.
Por efeito, o que se inaugura a partir dessa realidade é a infraestrutura do
que serão os guetos, os lugares silenciosamente autorizados para a ocupação
dessas minorias, ratificando, desse modo, o destino de rebotalho legado às
minorias segregadas. Refugados, serão então expelidos para as periferias
dos conglomerados urbanos. Excêntricos (aqui no sentido de fora do centro),
terão suas possibilidades simbólicas, afetivas, cognitivas e sociais inibidas,
cristalizando e perpetuando o fenômeno segregativo.
Longe de ser um fenômeno social restrito às fronteiras americanas, o racismo é
uma chaga mundial. Responde por uma gama importante de atrocidades verificadas
em todos os continentes, sobretudo quando associado à intolerância sexual e
religiosa.
No Brasil, a despeito da democracia racial tão fomentada, de fato, o que se
verifica, camuflado pela amabilidade do povo, é a mesma engrenagem de exclusão.
O carnaval, o Brazilian product por excelência, publicado como
modelo de comunhão festiva entre raças, ofertando imagens ao mundo de interação
harmônica numa sociedade multirracial, apenas colore umracismo cordial"que vigora
dissimuladamente, findo os dias catárticos.
Genótipo e Significante
A genética, enquanto
discurso da ciência biológica, no que se dedica ao estudo dos fenômenos e das
leis da transmissão hereditária, tomando para si o estabelecimento dos escores
raciais, pouco diz ao psicanalista sobre o acontecimento racial.
Em psicanálise, subvertendo o conceito, o que tem função genotípica, diríamos,
é o significante. A constituição do sujeito perpassa pelo que decorreu do
acidente resultante do encontro arriscado entre o significante e o corpo. Desse
modo, podemos pensar que o verdadeiro transmissor hereditário — o que convém à
psicanálise — é o significante, no que este estrutura uma língua. Nela o
significante sulca sua ascendência na carne (sexuação) e no destino (estrutura)
de todo ser humano. Logo, em psicanálise, o que dá pertencimento racial a um
sujeito decorre, antes de tudo, como efeito dos lugares simbólicos que umfalasser irá ocupar dentro de um complexo
discursivo.
No texto O Aturdito1 , Lacan afirma que a raça da qual se trata não
é a que sustenta uma antropologia que se diz física... Ela se constitui pelo
modo como se transmitem, pela ordem de um discurso, os lugares simbólicos,
aqueles com que se perpetua a raça dos mestres/senhores e igualmente
escravos... .
O que tomamos como raça, portanto, é a revelação do ambiente discursivo do qual
cada um sucede enquanto sujeito. Rebento da linguagem, portanto, convocado a
interpretar o desejo do Outro, tudo o que, a partir de então, advir no destino
desse sujeito trará a rubrica de como se autorizou na linguagem, e de como
singulariza a assunção do real.
Feita essa leitura, delimita-se outro viés interpretativo aos fenômenos sociais
de racismo e segregação.
Em princípio, o que se coloca em curso nesses avatares sociais e que pulula à
percepção do psicanalista, é a manobra que busca a anulação das singularidades.
O racismo é a intolerância ao gozo estranho do outro. Antes de expressar uma
discórdia social, trata-se na verdade de um contraste de gozos.
Numa realidade cada vez mais adestrada à generalização globalizante, toda
expressão de gozo que verse algum disparate, logo encontrará um Outro
normalizador. Haverá sempre um CID onde se possam encarcerar certas
singularidades... O discurso da ciência, ávido pela nominação e controle, breve
colará no dissidente uma desordem claudicante qualquer, um morbus.
Aqui, Ciência e Capitalismo, os discursos prevalentes da contemporaneidade tem
função subordinante. Em seus procedimentos de dominação combinada e
colonizadora estabelecem os padrões, os desvios e consequentemente prescrevem
as raças e sub-raças, logo, segundo a cartilha do mercado de consumo.
Nessa realidade, dificultados (na sua grande maioria) em acessar níveis de
instrução além do elementar e afastados dos padrões de consumo estabelecidos
por estes discursos, os negros se construíram como párias na ordenação das
raças.
Numa abordagem para além dos pressupostos sociológicos a psicanálise, por sua
vez, alcançará outros arranjos nos quais se sustentam os episódios raciais e
segregativos. Afastando os resíduos dos discursos vitimários, o discurso
analítico buscará nos fenômenos sociais os fatores identificatórios e os
regimes de gozo sustentados pelo que aparece em forma de protestos.
Desse modo, não será surpresa verificar que o próprio grupo segregado possa
ofertar a mazela como traço de identificação aos seus membros, sob a forma de
enxame: todos orbitando o infortúnio coletivo. Isso não impede, por outro lado,
que no revés coletivo cada sujeito possa atualizar o gozo do Um. O gozo segregado
no corpo.
Racismo e segregação são expressões no coletivo da não-relação-sexual.
Para sempre, a sociedade estará suscetível às lufadas do real que desalinham as
conveniências e publicam o provisório, que não cessa de se inscrever...
1 Jacques
Lacan, "O Aturdito" (1973), in Outros escritos, Rio de Janeiro, Jorge
Zahar Editor, 2003, p. 462.
quinta-feira, 2 de outubro de 2014
sexta-feira, 1 de agosto de 2014
Jornadas 2014 - 0 Corpo e a Urbe
A Jornada 2014 - O Corpo e a Urbe aconteceu em Campo Grande nos dias 25 e 26 de Julho. Tivemos a ilustre participação dos psicanalistas: Carlos Genaro Gauto Fernández, Romulo Ferreira da Silva, Marie-Claude Surreau e Eliane Calvet.
A Delegação de Psicanálise MS/MT esteve presente em peso.
Confiram as fotos.
sexta-feira, 25 de julho de 2014
Jornada 2014 - O Corpo e a Urbe
Depois de alguma espera, o dia da Jornada 2014 - O Corpo e a Urbe chegou. E com essa felicidade esperamos receber os analistas e amigos interessados em trabalhar conosco esse tema.
O psiquiatra e psicanalista Fabio Barreto participou do Bom Dia MS, na TV Morena falando sobre o tema e fazendo o convite. Confiram.
terça-feira, 22 de julho de 2014
Jornada 2014 - O Corpo e a Urbe
Já na semana da Jornada - O Corpo e a Urbe - Fronteiras e Desordens, a psicanalista Fernanda Pires vem convida-los para esse momento de estudo, troca de ideias e conhecimento.
Aguardamos vocês.
Informações: ebp.dgeralmsmt@gmail.com / 9246-4001
segunda-feira, 21 de julho de 2014
Jornadas 2014 - Programação
Confiram nossa programação para a Jornada - O Corpo e a Urbe
PROGRAMAÇÃO
– SEXTA-FEIRA – 18:30h – Abertura
18:40h - Conferência – Mais além do inconsciente: o corpo.
Carlos Genaro Gauto Fernández
– SÁBADO – 09h00minh – Conferência – Os corpos, a cidade e... o mundo virtual na adolescência.
Marie-Claude Sureau
10:30h - Mesa de trabalho – Corpo, amor, mal-estar: aggiornamento para o século XXI
Coordenadora: Renata Stephens
* O incurável mal-estar: o tempo e a inefável existência do sujeito - Relatora: Rosilene Caramalac
* O analista na urbe - Relator: Saú Pereira T. de Oliveira
* a cidade, a escrita e os corpos – ‘problemamoroso’ - Relator: Ary Farias
12:30h - 14:30h - Almoço
14:30h – Conferência – Corpos, violência e adolescência.
Eliane Calvet
16:00h - Mesa de trabalho – A violência na pólis é o Real?
Coordenadora: Sueli Ignoti
*O fazer do analista - Relatora: Carla Serles
*Trauma, violência e corpo na contemporaneidade - Relator: Carlos Eduardo Araújo
*Violência sexual: da devastação ao sintoma - Relator: Fábio Paes Barreto
17:30h - Coffee Break
18:00h – Conferência – O choque do significante com o corpo.
Romulo Ferreira da Silva
19:30h – Encerramento.
sábado, 19 de julho de 2014
Jornadas 2014 - O Corpo e a Urbe
Os dias se aproximam e, com muito desejo pela psicanálise, a psicanalista Vanessa Portão percorrerá mais de 1.400km, do Rio de Janeiro a Campo Grande, para participar conosco. Confiram o convite dela e venham participar também. Aguardamos vocês.
quarta-feira, 16 de julho de 2014
Jornadas 2014 - O Corpo e a Urbe
Quando? 25 e 26 de Julho
Onde? Bahamas Apart Hotel
Rua Jose Antônio, 1.117, Centro, Campo Grande, MS
Inscrições: 67 9246-4001
ebp.dgeralmsmt@gmail.com
Marcadores:
Atividades da Delegação,
Jornadas,
Vídeos
segunda-feira, 14 de julho de 2014
Jornadas 2014 - O Corpo e a Urbe
Bom dia.
Continuamos trabalhando na divulgação da nossa atividade, a Jornada da Delegação de Psicanálise MS/MT, da Escola Brasileira de Psicanálise.
Esperamos vocês nos dias 25 e 26 de Julho, em Campo Grande, MS.
A psicanalista Luana Santos Silva faz o convite.
Ou veja pelo link Jornadas 2014 - Convite (Luana)
sábado, 12 de julho de 2014
quinta-feira, 10 de julho de 2014
quarta-feira, 9 de julho de 2014
Programação da Jornada - O Corpo e a Urbe
PROGRAMAÇÃO
- SEXTA-FEIRA -
18:30h - Abertura
18:30h - Abertura
18:40h - Conferência – Mais além do inconsciente: o corpo.
Carlos Genaro Fernández
- SÁBADO -
09:00h – Conferência – Os corpos, a cidade e... o mundo virtual na adolescência.
- SÁBADO -
09:00h – Conferência – Os corpos, a cidade e... o mundo virtual na adolescência.
Marie-Claude Sureau
10:30h - Mesa de trabalho – Conversação I
12:30h - 14:30h - Almoço
14:30h – Conferência – Corpos, violência e adolescência.
10:30h - Mesa de trabalho – Conversação I
12:30h - 14:30h - Almoço
14:30h – Conferência – Corpos, violência e adolescência.
Eliane Calvet
16:00h - Mesa de trabalho – Conversação II
16:00h - Mesa de trabalho – Conversação II
17:30h - Coofee Break
18:00h – Conferência – O choque do significante com o corpo.
Romulo Ferreira da Silva
19:30h – Encerramento.
19:30h – Encerramento.
Coordenação Geral - Ary Farias
Comissão Científica - Romulo Ferreira / Fábio Paes Barreto
Comissão de Divulgação - Aparecida Lima / Isangela Lins / Sueli Ignoti
Comissão de Acolhimento - Renata Stephens / Carla Serles / Saú Tavares
Tesouraria - Márcia Campos / Tânia Lanzarini
Inscrições Abertas
Valor da Jornada - R$ 200,00
Contato: 3356-5194 / 9246-4001 / 9668-6003
terça-feira, 8 de julho de 2014
segunda-feira, 30 de junho de 2014
Atividades da Delegação
Seminário de Orientação Lacaniana
Quarta feira 11 às 13h
Coordenação da
atividade
Ary Farias
Carla Serles –
EBP/AMP
A Fonte
Por Carlos Genaro Gauto
Fernandez – Membro da EBP ECF e da AMP
Diretor do Orla
Período: janeiro a dezembro de 2014
Conversações sobre o dia a dia da Clínica Psicanalítica
Como o analista opera?
Orientador responsável:
Carlos Genaro Gauto Fernandez – Membro da EBP ECF e da AMP
Debatedoras: Regina
Cheli Prati – Analista praticante, participante da Delegação
Geral de Psicanálise MS/MT, da EBP
Roselene Caramalac –
Analista praticante, professora Doutora da UFMS, participante da
Delegação Geral de Psicanálise MS/MT, da EBP
Período: março a
dezembro de 2014
Horário: 10 às 12:30h
Leitura dos Seminários de Orientação Lacaniana
Sessão de Acolhimento
Coordenação da
atividade
Ary Farias
Carla Serles –
EBP/AMP
Assinar:
Postagens (Atom)