Site do VIII ENAPOL
quarta-feira, 7 de dezembro de 2016
quinta-feira, 17 de novembro de 2016
segunda-feira, 7 de novembro de 2016
quarta-feira, 26 de outubro de 2016
segunda-feira, 24 de outubro de 2016
sábado, 17 de setembro de 2016
quinta-feira, 15 de setembro de 2016
quarta-feira, 14 de setembro de 2016
terça-feira, 13 de setembro de 2016
sábado, 10 de setembro de 2016
quinta-feira, 8 de setembro de 2016
Seminário
Após três encontros encantadores, encerrou-se o Seminário Unidade Plural - alusões ao feminino, dirigido pelo psicanalista Ary Farias. A pergunta que ficou é: quando terá mais?
Obrigado pela participação de todos.
Seguem alguns links para curtirem um pouco mais do que foi apresentado.
Tsubasa Imamura - Chão de giz
quinta-feira, 25 de agosto de 2016
Seminário
Ontem, 24.08, tivemos mais uma Atividade de Biblioteca na sede da Delegação Geral MS/MT.
O psicanalista Ary Farias compartilhou conosco as suas descobertas sobre o feminino e suas belezas.
Unidade plural - alusões ao feminino
Mais um bom e belo encontro.
Letícia Toledo - Coordenadora de Biblioteca
segunda-feira, 22 de agosto de 2016
quarta-feira, 17 de agosto de 2016
Seminário
Argumento
Do
continente negro freudiano ao lugar de pura exceção de gozo em Lacan, o
feminino, apesar da Ciência, ainda se mantém na orla lírica do incapturável.
As melhores
alusões ao feminino ainda devemos aos artífices da palavra e aos engenhosos do
simbolismo e da fantasia que são os poetas, os músicos e os literatos.
Letra,
Som e Sentido Improvisado são os elementos cromossômicos mágicos da
consistência feminina.
Lugar
de desatino, o feminino ironiza os catálogos do universal e se mostra como
ponto movediço, onde borbulha o que não mente, sem que isso seja uma verdade.
Neste
pequeno ciclo de três edições sobre o feminino traremos alguns fragmentos de
letras febris, de ideias que danificam toda tradição e de vozes que cantam
pequenas baladas de desatinos e amores infindos...
Inscrições: 67 3356-5194 e 67 99264-4014
segunda-feira, 15 de agosto de 2016
quinta-feira, 11 de agosto de 2016
Agenda
Anotem aí as atividades que estão por vir.
Contamos com a participação de vocês.
- 24 e 31 de agosto e 08 de setembro - "Seminário por conta e risco" por Ary Farias
- 29 de agosto - Noite da Delegação - com Carla Serles.
- 15 de setembro - Noite da Delegação - com Fabio Paes Barreto.
- 23 e 24 de setembro - Jornada preparatória para o XXI Encontro Brasileiro do Campo Freudiano, com Luiz Fernando Carrijo da Cunha e Rômulo Ferreira da Silva.
- 22 de outubro - Jornada de Cartéis.
- Dezembro - Atividade de encerramento José Carlos Lapenda, conselheiro responsável pela nossa Delegação.
HEURECA DE QUARTA-FEIRA
Leitura e discussão do texto:
A EX-SISTÊNCIA
Jacques-Alain Miller
Opção Lacaniana nº33
Filosofias vãs que não desvendaram e ninguém sabe se desvendarão a incógnita de ser UM: fadado a ser parasitado por uma linguagem que não elucida nada nem ninguém além de símbolos... Símbolos que não decifram a essência (se é que há essência) dessa substância gozosa que se cerne a partir de um EX-SISTIR inexorável em si mesmo: sem Outro, sem Outro do Outro.
Sinapse: Fabio Mantovaneli
quarta-feira, 3 de agosto de 2016
LINHAS, LETRAS E SOMBRAS
Essa história do médico que tirou onda da cara do paciente que disse “peleumonia” me lembra aquela em que João Gilberto numa consulta com um psiquiatra olhou pela janela e disse:
"O vento está descabelando as árvores".
"Mas árvore não tem cabelo". Teria respondido a enfermeira.
"E tem gente que não tem poesia". Retrucou João.
Acho terrível que a prática médica esteja entregue à indústria farmacêutica, status, ciências entre outras coisas e tenha deixado a sensibilidade de lado ao ter um sujeito singular a sua frente.
quarta-feira, 27 de julho de 2016
EUREKA DE QUARTA-FEIRA
Leitura e discussão do texto:
A EX-SISTÊNCIA
Jacques-Alain Miller
Opção Lacaniana nº33
Recalque: o cimento da civilização...
É mesmo um fiasco a ideia de civilizar por partes ou completamente o que se diz "SER HUMANO".
Fiasco esse que reluta em desmoronar por completo em função do firme cimento do recalque.
Sinapse: Fabio Mantovaneli
sexta-feira, 22 de julho de 2016
Confira o novo vídeo do VIII ENAPOL
A Coordenação da Delegação MS/MT/EBP convida a todos para conferir o vídeo do VIII Enapol que acontecerá em 2017 em Buenos Aires.
O vídeo está bem legal e vcs podem conferir:
quarta-feira, 13 de julho de 2016
Notas sobre o Colóquio Psicanálise e Adolescência
Aconteceu em 24 de junho de 2016, na Universidade Federal do Mato Grosso
do Sul o colóquio Psicanálise e Adolescência, com os convidados Carlos Genaro
Gauto Fernández, Psicanalista, Membro da EBP e AMP; e a Profa. Dra. Vera Lopes
Besset, coordenadora do Núcleo de Pesquisas CLINP-Clínica Psicanalítica/UFRJ,
Psicanalista, Membro da EBP e AMP. A abertura da atividade se deu pelas falas
da Profa. Dra. Rosilene Caramalac, coordenadora dos trabalhos e por Fábio Paes
Barreto, debatedor da atividade.
Carlos Genaro iniciou sua fala partindo do termo “puberdade” em Freud até
o termo “adolescência” e sua dimensão mercadológica. Em seguida, a “metamorfose
da puberdade” referida por Freud é distanciada da lógica do inevitável
desenvolvimento e aproximada da metamorfose de Kafka, como um evento contingente
no corpo. A partir daí, aspectos como o surgimento do interesse no corpo do
outro e o Outro sexo passam a suscitar questionamentos como se o conceito de
adulto se sustentaria – esse adulto, cujo desejo depende do Outro e que pela
falta não se basta. Por fim, Carlos Genaro afirma que os impasses da
adolescência apontam para uma proposta dos adolescentes para serem diferentes
do que já está instituído, restando aos analistas descobrirem como respeitá-los
em sua singularidade.
Vera Besset iniciou sua fala chamando a atenção para a diferença entre
Universidade e o discurso universitário, visto que se pode muito bem praticar o
discurso da psicanálise na Universidade, bem como o discurso universitário nas
instituições psicanalíticas, caso os analistas não estejam alertas. Vera Besset
abordou o tema da adolescência indicando que vivemos em tempos de declínio do patriarcado
e das identificações verticais com a ascensão das identificações horizontais, e
que a adolescência é uma construção cultural condizente com o tempo atual. O
adolescente é convocado a estar em um dos lados (homem/mulher) e o corpo não dá
respostas sobre quem é o ser. No fracasso do simbólico, há de se tentar usar o
corpo como suporte.
Saú Pereira Tavares de Oliveira
Analista praticante e
coordenador Adjunto da Delegação MS/MT
Debate "A anatomia
é o destino?
Na noite de 24
de junho de 2016, os membros da EBP e da AMP Vera Lopes Besset e Carlos Genaro
Gauto Fernández debateram o tema "A anatomia é o destino?",
após a projeção de "A garota dinamarquesa", na sede da
Delegação MS/MT/EBP, em Campo Grande/MS. O filme trata da suposta primeira
cirurgia de transgenitalização da medicina - questão polêmica e cada vez mais
frequente na clínica psicanalítica com adolescentes, em busca da construção de
um corpo possível e habitável para si.
A protagonista
do filme não pode ser tomada como um caso clínico propriamente dito, conforme
oportunamente considerou Carlos Genaro - por não se tratar de um sujeito
acolhido sob transferência em um dispositivo analítico. Por outro lado, a
discussão pontual do tema, ao mesmo modo como a demanda de uma radical
transformação do corpo se nos apresenta no dia-a-dia do consultório, em muito
contribui para avançarmos em nossa clínica.
Se à época em que se passa o filme - anos 1920/1930 - a
mudança de gênero era um delírio da medicina e uma aventura quase suicida para
o sujeito em questão, hoje ela já é uma realidade disponível na cultura,
inclusive paga pelo SUS, sob a pompa científica do nome "cirurgia de
transgenitalização". Psiquiatras e psicólogos são convocados a darem seus
pareceres, e a cirurgia só é autorizada quando confirmado o diagnóstico de
"Transtorno de Identidade de Gênero" (CID 10: F64).
Para o psicanalista, o problema é bastante distinto:
trata-se, em suma, de examinar se o parecer favorável ao o ato cirúrgico é
congruente à estabilização do parlêtre
ou se, ao contrário, estamos, inadvertidamente, direcionados rumo a uma passagem
ao ato consentida que, em última instância, consolidaria um desencadeamento
franco. Optamos, assim, por orientar o debate à luz da ética da psicanálise e
por intermédio do exercício de um diálogo entre o primeiro e o último
ensino de Lacan. Na metamorfose EinaràLili
há elementos que dizem da estrutura em questão e que nos saltam ao olhos. Estão
lá o empuxo-à-mulher (ao modo da torção
"se não posso ser o falo de uma mulher, posso ser uma mulher para um
homem") e sua resposta curto-circuitada para as questões sobre o
"Ser". No seminário 23, Lacan propõe uma disjunção fundamental entre
o "Ser" e o "Ter" um corpo, como nos lembrou Vera Besset. Na
saída possível para Einar/Lili, o problema não se dialetiza desse modo e a
solução advém na "cola" entre "Ser" e "Ter" um
corpo de mulher. Acrescenta-se, ainda, que o ser/possuir o corpo de mulher não
está inscrito na lógica da castração e o afã aqui é de se tornar "A
Mulher", ou seja, de fazer-se existir n'A Mulher (Einar/Lili reitera a
todo instante seu imperativo de se tornar a mulher completa). Podemos resumir
tal solução na série metonímica: Ser/Ter o corpo d'A Mulher.
Acreditamos
que nosso debate não esgota o problema da cirurgia de transgenitalização.
Entretanto, a psicanálise participa mais e mais dessa discussão que está na
ordem dos nossos dias, a partir de uma
perspectiva ética bastante própria e de uma clínica do um-por-um. Nas
ferramentas que dispomos para responder à questões que envolvem a diversidade
de gêneros - que, para o psicanalista, devem estar situadas para um mais além
da luta contra preconceitos e pelas reivindicações ligadas aos direitos das
minorias - consideramos, essencialmente, a articulação entre operadores estruturais
e as contribuições da clínica topológica de enlaces e desenlaces, propostos por
Jacques Lacan.
Fábio
Paes Barreto
Membro
da EBP/AMP
Coordenador
da Delegação Geral/MS/MT/EBP
segunda-feira, 27 de junho de 2016
quarta-feira, 22 de junho de 2016
Adolescência, sexualidade e subjetividade
Vera Lopes Besset é Coordenadora do Núcleo de Pesquisas CLINP-Clínica Psicanalítica/UFRJ, Psicanalista, Membro EBP e da Associação Mundial de Psicanálise/AMP e convidada pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - UFMS e Delegação Mato Grosso do Sul/ Mato Grosso para participar do Colóquio Adolescência e Psicanálise.
Vera fez a delicadeza de nos enviar esse belo texto, para que conheçamos mais do seu trabalho e para irmos nos preparando para o evento.
O Colóquio será na sexta-feira, dia 24, às 15h na UFMS.
Leiam, comentem e compartilhem.
Aguardamos vocês.
Adolescência, sexualidade e subjetividade1
Vera Lopes Besset
Sozinho não é possível viver, ou seja, é a partir da relação com um outro que o ser se estrutura, nasce mesmo, enquanto humano. Para entender como isso se dá, Freud construiu um mito, o mito de “Totem e Tabu” (1913/1988). Mito que tenta mostrar como a possibilidade da vida em sociedade basicamente se dá a partir da internalização de uma proibição. Se o Pai está morto, nada é permitido. Assim nasce a Lei que regula e faz surgir o desejo.
No nível individual, a incidência dessa lei interdita à mãe o gozo de seu filho, isto é, o usufruto. É a porque a mãe, enquanto sujeito, está referida a uma lei e é, então, desejante, ou seja, faltosa, que a criança não permanece no lugar de seu objeto. A interdição que preside essa separação torna possível o nascimento de um sujeito e tem como protótipos o nascimento e o desmame.
Uma separação na qual algo se perde: o seio materno, uma satisfação primordial, dizia Freud (1905a/1989, p. 202). Mas, fundamentalmente, insiste Lacan, é onde se perde para o sujeito o seu significado de falo do Outro. Grande Outro (Lacan, 1978), que se escreve assim, com maiúscula, para designar sua onipotência. Onipotência que lhe vem de ocupar o lugar de ter tudo o que falta ao bebê, pois que é sua função de dar, prover, necessária ao ser prematuro.
A separação mãe/criança instaura, então, o objeto a partir mesmo de sua perda. É o estatuto de objeto do Outro que se perde aí para o sujeito, ou melhor, é o acesso a esse significado que se perde para ele: recalque originário, processo que faz do falo o significante do que falta ao Outro, ou seja, de seu desejo (Lacan, 1966a).
Se pensamos que a sexualidade é traumática, é porque esse significado do sujeito enquanto objeto –sexual- do Outro, não pode ter representação (Besset, 1997). Sem explicação, sem representação que dê conta disso que se apresenta como enigma, a criança constrói fantasias e teorias. “Teorias sexuais infantis” que tentam responder, fundamentalmente, à pergunta: “De onde vêm os bebês?”. Pergunta que visa a diferença sexual, desconhecida pela criança. Entre essas “teorias”, há a que atribui um pênis a todos os seres humanos, também a que supõe que o bebê sai pelos intestinos da mãe, tendo aí entrado pela boca, por algum tipo especial de alimento, assim como a teoria do coito sádico (Freud, 1917/1988). É o início da investigação intelectual no humano, afirma Freud, para quem o saber se liga ao saber sobre o sexual, saber recalcado, um não-saber que é, na verdade, um não-querer saber.
Trata-se, na infância, efetivamente, de perda, que permite ao sujeito se estruturar na ordem do Édipo, submetendo-se à linguagem. Linguagem que possibilita mesmo as relações do sujeito com os objetos. É o que ilustra o jogo do fort-da, que Freud nos traz, onde os dois fonemas em oposição permitem à criança, na brincadeira, o júbilo, ao inverter a posição do sujeito: de vítima de abandono a mestre da situação (Freud, 1920/1989, p. 14-17). Ao mesmo tempo, esse exemplo mostra como é somente a partir da perda da mãe –pois esta se vai, sai de cena- que a criança pode tê-la, de alguma forma, internamente. Por isso Lacan afirma que o símbolo deve a sua existência à morte da Coisa (Lacan, 1966b, p. 381).
A mãe, assim, perdida, perdida como satisfação primeira, torna-se objeto da escolha amorosa infantil. Objeto ao qual é preciso renunciar, o que fica bem claro para o menino a partir do fracasso da primeira “teoria”. Para isso, a visão do sexo feminino é definitiva: ela teve um pênis e o perdeu, é a constatação que se impõe. Resta afastarse da mãe e tomar o pai como objeto de identificação, pois este sinaliza o desejo daquela. Eis a saída para o menino, na maioria dos casos. Solução dolorosa, mas simples: diante da castração, saída do Édipo, abandono do objeto de amor primeiro, que deve ser substituído.
Mas, se a castração conduz ao declínio do Édipo no menino, à menina, ao contrário, ela introduz no complexo. O ressentimento e a decepção a fazem afastar-se da mãe. Decepção por acreditá-la castrada, ressentimento por não ter recebido dela este órgão que, imaginariamente, sustenta a ilusão de completude do menino. Assim, não podendo ter o pênis, a menina busca um filho, o que é possível pela equivalência simbólica entre os dois objetos.
A fórmula proposta por Freud é pênis = fezes = bebê (Freud, 1905a/1989, p. 176-179), todos objetos destacáveis do corpo, passíveis de dom, moeda de troca na relação com o Outro. Para obter um filho, então, a menina volta-se para o pai, aquele que pode lhe dar esse objeto substituto. Pois, não se trata propriamente de ter um pênis, mas algo que tenha valor fálico. Ou seja, que complete o ser que o possui, que o faça todo, todo-poderoso.
O bebê é isso que, imaginariamente, pode completar uma mulher, algo que tem valor fálico para ela. Tanto melhor, pois é o investimento realizado a partir disso que permite à prematura cria do humano sobreviver. Esse investimento libidinal, de desejo, é crucial, então, nesse início. Sabem bem disso os psicólogos que lidam com as crianças e perguntam, de modos bem diversos, se os pais desejaram seus filhos. No entanto, ter valor de objeto e ser objeto não são exatamente a mesma coisa. Nos casos de psicose, onde a separação psíquica mãe/bebê não se produz, este último permanece no lugar daquilo que completaria a mãe.
Mas, o percurso da sexualidade continua após a latência e os sujeitos se deparam, na puberdade, com as transformações corporais. Transformações no corpo, mudança de objetivo quanto à libido, do autoerotismo à escolha de objeto. Tempo de revivescência dos impulsos incestuosos, marcado pela possibilidade física do incesto. Condenação definitiva do objeto parental como objeto sexual. Separação derradeira, afastamento útil e necessário para a sociedade, base da criação de novos grupos familiares. Nesse sentido, o afastamento da autoridade dos pais é um feito importante nessa época, lembra Freud (1905a/1989). Mas, como e por que isso se dá?
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